quinta-feira, 16 de junho de 2016

O PARADOXO DA OBVIEDADE E O EUFEMISNO BRASILEIRO

Como já dizia o grande poeta Guimarães Rosa:O animal satisfeito dorme. Dormimos quando estamos satisfeitos conosco mesmo, com nossas atitudes, com nossas opiniões com nossos paradigmas. Enfim, quando temos uma vida medíocre e desinteressada nos acomodamos com a mesma. Vivemos o que é, como se não o fosse, e esse é o grande paradoxo. O óbvio é tudo aquilo que está claro, que sabemos porém não o exercemos. As obviedades da vida nos cegam a ponto de não entendermos que nos contrariamos frequentemente. Vamos lá, saímos aos domingos para comer comida "CASEIRA". Certo, eu também gosto de comida caseira, principalmente a minha, aquela que eu como em casa. Não percebemos a obviedade pelo fato de ser tão óbvia, e então saímos de casa para comer comida "CASEIRA". Usamos a internet para aproximação. Ela nos aproxima da informação, da notícias e das pessoas que estão em outros países. Porém nos afasta de nossos cônjuges, filhos, pais e demais pessoas que estão extremamente próximas a nós. Erguemos a bandeira da liberdade, queremos liberdade para dizer que somos a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, do aborto ou da liberação da maconha. Mas ao mesmo tempo manifestamos ódio com as pessoas que erguem suas bandeiras para proclamar que são contra nossas idéias.Dizemos que amamos mais matamos quando esse amor não é correspondido de acordo com nossos padrões e expectativa.Trabalhamos muito ganhamos pouco e gastamos demasiadamente.Queremos filhos educados, e então os levamos para a escola, e em casa os entregamos aos cuidados das redes sociais. E a lista poderia seguir por quantidades significativas de linhas.
O paradoxo da obviedade é apenas uma representação de uma sociedade que se acomoda, não pensa e dorme em berço esplêndido. Mas não tem problema, afinal somos brasileiros, e o Brasil é o país do futuro. E assim vamos vivendo de paradoxo em paradoxo, de eufemismo em eufemismo.

crédito de imagem: http://www.estudopratico.com.br/diferenca-entre-antitese-e-paradoxo/


E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
Eclesiastes 2:11

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